domingo, 30 de janeiro de 2011
Alguém?
Se alguém pudesse sentir metade do que sinto talvez eu aceitasse as palavras que direcionam a mim. Se ao menos eu sentisse o que sentem, pudesse eu então ouvir o que tem para me dizer. Eu não penso mais em metade do que pensava, eu não entendo um terço das minhas resoluções. Cada vez mais complico frestas de portas e sombras de árvores em calçadas. Não me venham falar das flores, só quem já se espetou em uma rosa entende o que falo... Ou não. Cafona, frases e ditados cafonas, auto-consolo impróprio e cafona. Um peso sai de mim a cada palavra que escrevo, mas quem as lerá? Quem as ouvirá? Na verdade, quem de fato as sentirá? Fico eternamente subjugando meus atos e pensamentos e idéias e palavras – autocrítica impiedosa. Piedade, sem ter pra quem nem por que. Porque é preciso entender, porque complicar é um fato, um fardo que se leva que se lava a cada chuva inesperada num dia de sol. Se alguém pudesse sentir metade do que escrevo... Se alguém pudesse me ver com meus olhos... Talvez eu não escrevesse mais, talvez eu não sentisse mais. Porque eu seria você, mas você jamais seria eu.
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