sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Devaneios tolos

“Há meros devaneios tolos a me torturar.” Como essa frase grita em meu ouvido numa madrugada em que meus pés congelam. Tolice se torturar, tolice torturar os devaneios. No exato momento em que a realidade me chama eu grudo meus pensamentos com uma fita em mim para que não incomodem quem dorme ao lado. Essa incessante sensação de não estar mesmo quando se é ou mesmo de não ser quando se está, quando se pede e se clama e se reclama e se perde e se mede. E não saber pra que lado se chega mais rápido ou pra que lado se chega melhor. Melhor não complicar, fechar os olhos e sortear. Simplesmente correr e escorrer pelos corredores jurando jamais jurar. Acreditando querer crer mesmo descrendo. E jogando todas as apostas postas, depositadas e postadas pelos postos dispostos. E dormindo, indo pra qualquer sonho, sendo ele real ou ideal. Sonho ideal, vida real, vida ideal, sonho real. Me perco falando frases feitas, formando fatos falidos e fictícios. Chorando pelo perdido partido já tido e retido. Retiro palavras tiradas de tiras tortas. Tonta com tantos tipos. Tomada por nada, por meros, por me torturar, por tolos.