domingo, 25 de março de 2012

Morte viva

Talvez essa urgência de vida
Seja a presença da morte
Morte ausente mais que presente
Falta de vida... Morte
Tensões sem tesões
Sonhos sem concretude
… Morte

Talvez toda essa morte
Seja a presença da vida
Que preenche cada vazio
Com nada
Se tem nada, se tem algo
Se tem algo, se tem vida
Não ter nada se se tem nada
Nada pode ser feito
Porque nada vive
Porque nada morre

Talvez toda essa angústia
Seja a presença da vida
Assustada com a morte
Talvez esse susto seja a morte
Espantada com tanta vida
Repleta de tudo em meio ao nada
Talvez tudo seja mera variação de nada
E pouco seja muito tudo que talvez...

Que talvez nada
Que talvez tudo

Que mudo, a vida grite mais alto
Que surda, a morte ignore tanto som
Que cega, siga a vida a caminho da morte.
Que sem pernas a morte pare na vida
E sem braços, que abracemos tudo que vive
Porque tudo morre.
Porque tudo existe.